Ornelina Marina Alves Neta e Josué Ferreira de Oliveira (2010)


QUINTAL AGROECOLÓGICO SUSTENTA FAMÍLIA E GERA RENDA

Ornelina Marina Alves Neta, 30 anos, mora na comunidade Vereda das Minas, município de Remanso-BA, com seu marido Josué Ferreira de Oliveira e suas duas filhas – Keila Alves de Oliveira, de 07 anos, e Débora Alves de Oliveira, de 04. Seu trabalho principal é com o quintal, de onde tira sua maior renda.

Ornelina conta que antes do SASOP só plantavam na roça que fica distante da casa. No quintal, a produção de alimentos só começou em 2007, a partir da assessoria técnica do SASOP. Até hoje, a família planta feijão, milho, melancia, abóbora, mandioca, maxixe, melão, mamão, gergelim, mamona, capim, palma e leucena. “Através de uma visita em minha propriedade, o SASOP nos incentivou a aproveitar a terra do quintal. Depois participamos de intercâmbios, encontros regionais de agricultores e feira Agroecológica. Participei de 10 oficinas e mais ou menos 20 visitas”.

A agricultora diz que consomem de tudo o que produzem, seja da criação animal, da roça ou do quintal. A maioria dos produtos é vendido na feira do município vizinho que é mais perto, tem um preço melhor e conseguem vender tudo que levam. O mel a família vende em Remanso. “Nossa plantação é 100% orgânica. É muito importante plantar dessa forma porque não agride a natureza, não causa doença nas pessoas, pelo contrário, ajuda no combate das doenças que aparecerem. Além disso, o sabor é mais agradável. Durante as capacitações o SASOP nos ensinou a fazer adubo e veneno orgânico. Ter essa horta fez uma diferença enorme na alimentação de minha família porque antes a gente só comia feijão, arroz, macarrão, abóbora, tomate e, às vezes, alface porque o dinheiro não dava comprar as verduras que deveríamos comer”, afirma Ornelina.

Segundo Ornelina, a família hoje pode comer de tudo o que planta sem precisar comprar: beterraba, cenoura, couve, alface, tomate, coentro, cebolinha, pimentão e salsinha. “Minha renda melhorou muito depois da horta. Antes gastava mais ou menos uns R$ 50,00 com verduras durante o mês e agora que temos horta comemos de tudo e ainda ganho R$ 250,00 dos produtos vendidos. Isto significa que a vida de minha família melhorou bastante depois do SASOP. Depois dos quintais o hábito alimentar de minha família. Antes não comíamos verduras porque nossas condições financeiras eram poucas e, com isso, não fomos acostumados a comer certos alimentos”, declara.

A família planta para ter uma alimentação de qualidade e garantir uma boa saúde. Com a renda, compram eletrodomésticos, roupas e calçados com uma qualidade melhor. Outra mudança foi em relação ao preparo do solo e o cultivo das plantas, segundo Ornelina. “Antes fazia queimadas e hoje não vemos necessidade de queimar para preparar a terra e o bagaço das plantas faz a ração para os animais misturando com outras plantas forrageiras que servem para a ração. Com a água do banho aprendemos a regar as fruteiras. Depois que passamos a comer verduras com mais freqüência, minhas crianças não adoeceram mais com a freqüência de antes, gripam menos, engordaram mais e não preciso comprar as vitaminas da farmácia, basta consumir os alimentos naturais de meu quintal. O SASOP é uma entidade muito importante para nós. Nesse processo de desenvolver o nosso quintal ele contribuiu muito com assessória técnica, nos ensinou como preparar melhor a terra, como fazer o plantio, as culturas que se desenvolveriam melhor no tipo de solo que temos como fazermos os adubos e venenos orgânicos para combater as pragas sem agredir a natureza”.

Para os animais, a família de Ornelina aprendeu a utilizar as plantas forrageiras da região para a ração, a construir os apriscos para proteger as cabras, ovelhas e bode, tanto da chuva como do sol forte e cuidar das galinhas com galinheiro apropriado. “Com a horta, o SASOP nos ensinou desde a construção dos canteiros à plantação das verduras.”, diz Ornelina.

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