Horta Comunitária da Área Industrial (2013)

Dona Marilena é umas agricultoras urbanas apoiadas pelo SASOP
Dona Marilena é umas agricultoras urbanas apoiadas pelo SASOP

Mulheres se organizam em horta comunitária e fornecem alimento para merenda escolar no município de Remanso

Há 12 anos, mais de 30 agricultores e agricultoras cultivam na Horta Comunitária da Área Industrial, na sede do município baiano de Remanso. Desses, quatro agricultoras começaram a participar dos encontros e reuniões realizados pelo SASOP e se envolveram com o cultivo agroecológico, a partir de 2011. Com apoio da organização, além de vender nas feiras, na comunidade e consumir na família, passaram a vender os alimentos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar, PNAE, por meio das Chamadas Públicas da Prefeitura Municipal.

Dona Maria do Rosário Silva Souza, conta que quando começaram a cultivar na horta tinham assessoria do poder público local, mas, com a mudança de governo, ficaram sem acompanhamento, fazendo tudo por conta própria, o que gerou algumas dificuldades. Cada uma tem canteiro e cuida de sua plantação, mas sempre apoiando umas as outras e organizando a produção coletivamente para vender ao PNAE.

A rotina começa cedo. Todos os dias elas vão para a horta entre cinco e seis horas da manhã para plantar, colher e molhar os canteiros. Ficam até às 10 horas e retornam final da tarde para o mesmo trabalho. A agricultora, Marilena Ribeiro Tavares, que também está no grupo da horta, conta que não usam veneno e só usam adubo orgânico. Ela revela que algumas pessoas não quiseram desenvolver projeto para participar da Chamada Pública do PNAE porque a Prefeitura tem um prazo longo para pagar e muitos não podem esperar, mas, para elas, é melhor porque recebem de uma única vez. Conta que SASOP ajudou a consertar a seca e apoiou no acesso ao PNAE. O acompanhamento também contribuiu para diversificar a produção e para melhorar a saúde já que consomem o que produzem e é tudo sem agrotóxico.

DSCN0066Raimunda Cavalcanti da Silva e Marli de Souza também integram o grupo da horta e dizem que depois que começaram a acessar o PNAE melhoraram muito a renda porque vendem em quantidade para a Prefeitura. Raimunda diz que demoram a receber, mas quando o dinheiro chega conseguem investir e comprar coisas para a família.

Segundo Dona Marilena, elas não sabiam que podiam acessar o PNAE e ter o direito de fornecer merenda escolar para as escolas do município onde estudam seus filhos e netos. Agora conseguem sentir alegria por ter estrutura na horta e organização do trabalho e, com isso, passaram a pagar as contas em dia e fazer investimentos nos próprios canteiros.

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