Agroecologia e Democracia unindo campo e cidade
Ademilton Lima Cardoso (Biro Biro) e Idaildes Santana (2015)
Agricultor fala sobre a diversidade de alimentos no sistema agroecológico
Ademilton Lima Cardoso, também conhecido como Biro Biro, mora com a esposa Idaildes Santana e os dois filhos, na Comunidade do Lameiro, zona rural do município de Camamu (BA), há nove anos. Nascido em Gandu, Bahia, Biro Biro conta sobre sua experiência que começou em 2010. Segundo ele, no início era complicado, mas, através das reuniões do SASOP, passou a entender como funcionavam as coisas e foi gostando. Ao acordar, toma café e vai logo cuidar dos animais.
Antes cultivava apenas o cacau e o guaraná. Após o acompanhamento do SASOP, o agricultor passou a cultivar alimentos e a criar peixes e galinhas. Ele conta que agora é bem difícil comprar verdura no mercado. Consegue tirar tudo da horta. Isso aconteceu depois que viu os vídeos de experiências de outras pessoas. Na horta tem plantado quiabo, jiló, tomate. O quiabo é todo montado com base nas fases da lua, todo mês ele olha na folhinha. Diz que antigamente não conhecia a importância de plantar na fase certa da lua. Afirma que quando o quiabo não é plantando na fase certa, perde toda a plantação, o quiabo seca.
A família é cadastrada há uns cinco anos na Natura para vender “fruta de paca”. Conta que há muita gente cadastrada na comunidade. A “fruta de paca” é uma planta nativa da região, mas Biro Biro também planta. Só entre 2013 e 2014, colheu 42 quilos em um único pé.
Biro Biro diz que não compra mais semente, faz o próprio cultivo de sementes e mudas e ainda troca entre as famílias da comunidade. Ele não usa veneno para combater insetos na horta. Usa mais folha do fumo. Junta com a água e vai batendo. Produz mais para o consumo da família. Apenas o cacau, a banana, a mandioca e o guaraná são para vender. Participa do Fundo Rotativo Solidário com as criações. Conseguiu construir o galinheiro, as presas e ter as criações de galinha e peixe com o recurso do Fundo Rotativo. Nos mutirões, participa de todo tipo de trabalho. Começou pelas presas e viu que era possível fazer todos os outros trabalhos. Também participa da Associação Comunitária e mobiliza bem a comunidade.