Grupo de Jovens na comunidade Sítio Novo do Pedrão, Campo Alegre de Lourdes -BA (2015)

Grupo de Jovens vê na apicultura oportunidade de geração de renda e preservação da caatinga

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Wilson da Silva Souza mora no município de Campo Alegre de Lourdes, alguns dias na casa de seus pais, na comunidade Sítio Novo do Pedrão, e outros na casa de sua esposa, Valmira, na comunidade Baixão dos Bois. Ambos integram a o grupo de jovens da região, que começou com 10 jovens, e hoje conta com duas meninas, Valmira e Adriana, e quatro meninos, Sergiano, Ezequiel, Alex e Wilson. O projeto de apicultura começou há cerca de dois anos, com o apoio do Fundo Rotativo Solidário gerido pelo SASOP. Os jovens viram no projeto uma oportunidade de melhorar as condições de vida por meio de atividades produtivas e geração de renda.

Segundo Wilson, a escolha pela criação de abelhas não deu muito certo no início. Logo que receberam as 30 caixas e os equipamentos, veio a estiagem, ficando três anos sem chuva. Com a caatinga seca, poucas abelhas se instalaram nas caixas.

Os jovens participaram de duas oficinas de capacitação, onde aprenderam a forma de trabalhar com as abelhas, a quantidade adequada e a distância necessária para a criação. Wilson conta que as oficinas melhoraram muito o conhecimento sobre as abelhas. “Só não ensinaram como chover e fazer o mel”, brinca o jovem apicultor.

Wilson diz que com a chuva que tem caído nos últimos meses algumas abelhas apareceram e foram morar nas caixas. O apiário está numa reserva de mata nativa da caatinga, que floresce quando chove e tem a distância ideal para as abelhas irem beber água.

O grupo também tem uma ação pela preservação da mata da caatinga. “O povo desmata e a gente fica batendo sempre nessa tecla de não desmatar e preservar a natureza. Isso faz com que enriqueça a criação de abelha. Quem cria abelha não desmata, não polui o ambiente, não usa agrotóxico nas plantações.”, afirma. Wilson recorda de um apicultor que tinha um vizinho que colocava veneno nas plantas. O mel começou a ficar com um gosto diferente, amargo, e então perceberam que era devido ao uso do veneno nas plantas.

O jovem afirma que se o tempo melhorar e chover bastante vão continuar com o projeto e dar mais atenção a ele. Como os equipamentos foram distribuídos por meio do Fundo Rotativo Solidário, Wilson declara que os materiais e recursos serão repassados para que outros grupos de jovens possam desenvolver o trabalho com apicultura.