Mulheres se organizam para cuidar de roça coletiva e produzir alimentos para a família

Elas são cinco mulheres agricultoras. Ludmila Tatiane dos Santos, Denise Almeida dos Santos, Eunice Santana Santos, Adiele Souza Nunes e Joseane Matos dos Santos são todas da mesma família. Há um ano resolveram se juntar para cuidar de uma roça coletiva, na comunidade do Matão, zona rural do município de Valença, no Baixo Sul da Bahia. “Um dia, conversando, resolvemos que

seria melhor trabalhar juntas do que pagar diária de pessoas para trabalhar”, conta Dona Eunice, que é a matriarca do grupo e irmã do dono da área de cinco hectares onde implantaram a roça coletiva. Tudo o que plantam é para o consumo da família, mas, ainda assim, conseguem vender o excedente para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), junto com a associação local.

Além da roça coletiva, cada uma tem seu quintal individual, onde produzem alimentos e criam galinhas e porcos, mas, é no coletivo que elas conseguem aumentar a produção de mandioca, de frutas, milho, feijão, amendoim e outras verduras e legumes. Hoje, não precisam mais comprar tomate, mandioca, batata, amendoim, feijão, milho, mamão, nem hortaliças. O grupo recebe acompanhamento dos técnicos do SASOP desde 2013. Nas formações e intercâmbios de experiências, aprenderam a fazer ração animal, clonagem do cacau e a cuidar melhor da horta.

Na roça, elas não queimam nada. Sabem que capinar é muito melhor, pois mantem os nutrientes da terra e o mato que fica por lá ainda serve de adubo e cobertura seca, mantendo a umidade do solo. A rotina de trabalho é intensa. Começa logo depois que as crianças saem para a escola e que terminam de preparar o almoço. À tarde, voltam para continuar o trabalho no roçado, já acompanhada dos filhos e filhas que se divertem na área de plantação.

Elas contam que ainda não conseguiram vender na feira do município, porque, para isso, precisam fazer um curso oferecido pela prefeitura, mas com a jornada de afazeres domésticos, trabalho na roça e os cuidados com as crianças, ainda não conseguiram participar dessa formação. Ainda assim, elas mostram com muito orgulho tudo o que já conseguiram construir com o trabalho coletivo.