LUTA PELA TERRA I Massacres: a pedagogia do terror

LUTA PELA TERRA I Massacres: a pedagogia do terror

Por Comissão Pastoral da Terra (CPT)

2017 ficará marcado na história pelos Massacres no Campo. Cinco massacres com 31 vítimas.44% do total de assassinatos em conflitos no campo. No primeiro semestre de 2017, em pouco mais de um mês, ocorreram os massacres de Colniza, Vilhena e Pau D’Arco, com 22 mortos.

O professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Cláudio Maia, ao analisar os dados registrados pela CPT identificou que em dois dos massacres ocorridos em 2017, Colniza (MT), com 9 mortos, e Pau D’Arco (PA), 10 mortos, o número de pessoas mortas só foi menor que o de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, com 19 mortes. Números de massacres, próximos aos de 2017, foram registrados somente no ano de 1985, com 10 casos, e em 1987, com seis casos. Desde 1988 não se registrava, num único ano, mais do que dois massacres. No entender de Airton Pereira e José Batista Afonso, ambos integrantes da CPT, o que assusta é identificar o “grau de brutalidade e crueldade que os acompanharam. Cadáveres degolados, carbonizados, ensanguentados, desfigurados. Exemplos que deverão ficar marcados para sempre na alma de homens, de mulheres, de jovens e crianças. Uma pedagogia do terror”. 

A CPT registra como massacre quando em um conflito, no mesmo dia, são assassinadas três ou mais pessoas. Após divulgação dos dados de assassinatos em conflitos no campo, no dia 16 de abril passado, a Pastoral incluiu o caso de Canutama (AM) também como massacre, aumentando para cinco o número de massacres em 2017. Voltamos a destacar a suspeita de ter ocorrido mais um massacre, de indígenas isolados, conhecidos como “índios flecheiros”, do Vale do Javari, no Amazonas, entre julho e agosto de 2017. Seriam, pelas denúncias, mais de 10 vítimas. Contudo, já que nem o Ministério Público Federal no Amazonas e nem a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) chegaram a confirmar as mortes, as mesmas não foram computadas.

 

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