Rede de Mulheres de Pilão Arcado (2018)

Rede de Mulheres de Pilão Arcado promove troca de saberes e acolhimento

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A história da Rede de Mulheres de Pilão Arcado é uma história da organização e fortalecimento de um grupo de mulheres trabalhadoras rurais e pescadoras, que desde o início da década de 80, vem realizando e participando de atividades de formação e de geração de renda. Hoje, a Rede de Pilão envolve mais de 40 mulheres e integra uma rede ainda maior: a Rede de Mulheres Regional, que envolve municípios vizinhos, como Casa Nova, Sento Sé, Campo Alegre de Lourdes e Remanso, no Território do Sertão do São Francisco.

No início, as reuniões nas comunidades contavam com apoio do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR). O movimento foi se fortalecendo e passaram a participar das atividades da Pastoral da Mulher, com apoio da Paróquia e de entidades de assessoria, como o SASOP. Hoje, estão organizadas enquanto associação, com aproximadamente 30 sócias nas comunidades. As atividades são realizadas nas comunidades de Baixão, Lagoa do Anselmo, Tamanduá, Vereda da Onça, Sítio Limeira, Panelas, Pedreiras e na sede da cidade. Agora, estão buscando envolver mulheres das comunidades das Pedrinhas e das Araras.

O trabalho se organiza em torno da formação política e, principalmente, da geração de renda e autonomia das mulheres. Há as que se dedicam ao artesanato, com crochês, bordados, tricôs, trabalho com barro; as que se dedicam a produção de tinturas e remédios caseiros, a partir dos conhecimentos sobre plantas medicinais; as que fazem beneficiamento de frutas e ainda as pescadoras que produzem derivados do pescado. A Rede possui uma coordenadora recém eleita, a Hildaci Alves da Rocha.

As formações seguem o tema escolhido na Assembleia anual da Rede de Mulheres da região. Em 2018, o tema foi violência contra a mulher e, com isso, os grupos municipais seguiram planejando suas atividades nas comunidades em torno desse tema. Eva Maria de Jesus, agente de saúde e uma das lideranças da Rede de Pilão, conta que as atividades são bem animadas. Fazem uma abertura com dinâmicas de união, cantam, dançam, pulam e aí começam o debate sobre o assunto da reunião. Para elas, a rede é troca de saberes e de acolhimento. O trabalho coletivo é o que dá o sentimento de rede.

Eva conta que a rede só não cresceu ainda mais por falta de recursos. Um investimento que gostariam de fazer é produzir mais beneficiamento de frutas, especialmente, do umbu, que é uma das riquezas da região. Para ela, beneficiar o umbu poderia fortalecer ainda mais com as possibilidades de produção de licor, geleia, compota, suco da folha do umbu entre outros derivados.