Agroecologia e Democracia unindo campo e cidade
IV Seminário Territorial do Projeto Bahia Produtiva defende fortalecimento dos empreendimentos da agricultura familiar e de suas redes colaborativas

Fortalecer, conectar, ampliar, crescer. Essas são algumas das palavras que marcaram o IV Seminário Territorial do Projeto Bahia Produtiva, que reuniu, nos dias 06 e 07 de julho, dirigentes, beneficiários e agentes comunitários rurais (ACR`s) dos 18 empreendimentos assessorados pelo SASOP no Projeto Bahia Produtiva no Baixo Sul da Bahia. Dois dias para tratar de alguns dos principais temas para as famílias agricultoras locais e encaminhar novas ideias para o desenvolvimento territorial.
Com programação inteiramente online, o seminário discutiu A importância e o papel dos ACRs para o Projeto Bahia Produtiva; A Cultura da Mandioca no Baixo Sul; Estratégias de Segurança Alimentar e Nutricional para a Agricultura Familiar e Fruticultura e Agricultura Familiar no Baixo Sul, com presença de especialistas convidados em todas as mesas temáticas. O entendimento geral dos participantes é de que as iniciativas do projeto são bem aproveitadas e oferecem o devido suporte para o aprimoramento dos trabalhos já implementados e alcance de novos resultados ainda melhores.

O Seminário contou com a ativa presença local, com toda a equipe técnica do SASOP atuante no território e participação de representantes dos empreendimentos e comunidades do Jatimane, Central, Canta Galo, Vale do Piau, APEMMAR, ADSCAF, ABPAGI, Pedra Rasa, Colônia Z-36, Lamego, Baixa de Areia, Projeto Onça, Maria Ribeira, Orobó, Escadinha, Porto do Campo, Cascalheira e Aldeia Indígena. Participaram também os gestores do Projeto Bahia Produtiva, da CAR/SETAF, do Território do Baixo Sul, CAR/SDR, CODETER, dentre outros.
Em sua fala, durante a manhã do segundo dia de evento, o coordenador geral do SASOP, Carlos Eduardo Souza Leite – o Caê, lembrou que o Brasil conta com o privilégio de ter uma agricultura familiar forte, apesar da falta de incentivo, e que apesar deste setor atravessar um momento difícil nos últimos cinco anos, com total interrupção das políticas públicas, é possível notar como o mínimo incentivo é capaz de produzir grandes efeitos nessa área.

”Temos hoje uma política de ATER com muita dificuldade. A equipe do Bahia produtiva, por exemplo, é pequena diante dos inúmeros desafios que essa ação apresenta e se desdobra para garantir os resultados alcançados. Mas precisamos lembrar que nenhum programa ou política atua sozinho na comunidade, município ou território: é preciso ter integração para fazer a diferença na vida da população”, defende Caê.
Segundo o coordenador, “nossa debilidade maior está em não termos uma política de fomento”. Isso permitiria uma dinamização própria ao setor e certamente impactaria no cenário de fome atual, em que cerca de 19 milhões de brasileiros não possuem absolutamente o que comer. A solução está em valorizar a cultura alimentar e a produção local e buscar estratégias de mercado que possam fortalecer o consumo no território, além de manejar sistemas agroecológicos que tenham a identidade e sigam a vocação dos seus biomas de origem, para podermos assegurar a soberania e segurança alimentar e nutricional da população. “Espero que a gente possa potencializar uma próxima fase, aproveitando o encontro de experiências como a do Ecoforte, que possibilita o fortalecimento das redes”, diz Carlos Eduardo.
O coordenador se refere à estratégia do SASOP de incrementar a execução das atividades do Bahia Produtiva no território a partir da ação coordenada com o projeto Ecoforte, da Fundação Banco do Brasil. A soma deste apoio, que permitiu ativar a Rede de Agroecologia do Baixo Sul e Vale do Jiquiriçá, possibilitou ampliar o alcance no número de beneficiados pela proposta do Bahia Produtivo, indo além das 18 associações, empreendimentos e associações previstas para um total de 34 organizações da agricultura familiar.

O Projeto Bahia Produtiva visa a promoção do desenvolvimento rural, com ações direcionadas às organizações da agricultura familiar, visando o aprimoramento da organização social, produtiva, de beneficiamento e de comercialização. Deste modo, espera-se ampliar a inclusão socioeconômica das comunidades e famílias, para que tenham melhores condições de acesso ao mercado e geração de renda.