Agroecologia e Democracia unindo campo e cidade
Romaria em Defesa da Vida denuncia mineradoras
Caminhada realizada em Campo Alegre de Lourdes é promovido anualmente pelo Fórum de Entidades Populares e participação da diocese e romeiros de todo o território do Sertão do São Francisco
A 11ª Romaria em Defesa da Vida aconteceu na manhã deste domingo, 21 de maio, saindo da comunidade do Barreiro com caminhada até o Pé do Morro, na comunidade Pedra Comprida, município de Campo Alegre de Lourdes-BA, onde acontecem a missa, apresentações culturais e a confraternização dos romeiros e romeiras.

Com o tema “Contra as Mineradoras – causadoras da fome e injustiças”, em 2023, a caminhada é promovida pelo Fórum de Entidades Populares de Campo Alegre de Lourdes e contou com a participação de centenas de romeiros e romeiras de todas as comunidades rurais e da sede do município; dos municípios vizinhos de Pilão Arcado, Remanso e Casa Nova; representantes da Diocese de Juazeiro; e representantes das entidades integrantes do Fórum (como Sasop, Irpaa, Rede Mulher, STR e CPT).
“A romaria acontece anualmente, tendo como princípio a defesa do meio ambiente e do território contra a destruição causada pela mineração e o agronegócio com suas ações de grilagem, desmatamento, uso de agrotóxicos, abuso dos trabalhadores e trabalhadoras e poluição das águas, do ar e contaminação do solo, bem como outras formas de devastação causadas por empreendimentos predatórios”, explica o jovem agricultor e comunicador popular Anselmo Ferreira, presente no evento. O momento também é utilizado para fazer cobranças às autoridades locais, como forma de expressão das lutas e denunciar as injustiças.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, mais de 80% do território do município de Campo Alegre de Lourdes está mapeado para mineração e sua população conhece bem as mazelas provocadas pela extração mineral. Há quase duas décadas, a comunidade de Angico dos Dias e o entorno sofrem com a exploração de fosfato pela empresa Galvani.
“É um momento em que as pessoas do campo e da cidade, de várias idades, se reúnem e se expressam, aproveitando do encontro religioso para fazer uma reflexão sobre a realidade, considerando principalmente que um Deus que protege o seu povo não aceita essas injustiças e que a nossa luta é também uma forma de fazer valer a Sua vontade”, exorta Adão José, técnico do SASOP que acompanhou o evento.



