ATER I Encontro Estadual de ATER reúne Governo, sociedade civil e agricultores familiares

ATER I Encontro Estadual de ATER reúne Governo, sociedade civil e agricultores familiares

Fonte: Bahiater/SDR/Governo da Bahia

 

Refletir sobre o contexto dos serviços de assistência técnica e extensão rural (ATER) na Bahia, e debater as principais questões sobre o financiamento, execução, monitoramento e qualidade dos Serviços de ATER, são alguns dos objetivos do Encontro Estadual de ATER, que iniciou nesta terça-feira (15), em Salvador. O evento é promovido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater).

O encontro, que segue até esta quarta-feira (16), é voltado para agricultores e agricultoras familiares, representantes de organizações e movimentos sociais representativos de populações tradicionais do campo, dirigentes de instituições executoras de serviços de ATER, gestores públicos, dirigentes de instituições parceiras e técnicos extensionistas. 

O titular da SDR, Jerônimo Rodrigues, destacou que a ATER funciona como uma agregadora de forças, que valoriza a inteligência do agricultor familiar e estimula a capacidade de gestão dos empreendimentos no meio rural: “Nós temos que fazer um esforço para que a gestão do desenvolvimento rural, a governança da geração de renda, da agregação de valor, possam acontecer e a ATER é fundamental nesse processo. Esse evento é realizado para pensar o que pode ser feito a mais pelo Estado, municípios, organizações que prestam o serviço de ATER e agricultores, por meio de suas associações e cooperativas, apesar das dificuldades econômicas e financeiras que o país vem passando. É um encontro dessas forças para fortalecer a ATER no estado da Bahia”.

A superintendente da Bahiater, Célia Watanabe, deu as boas-vindas aos participantes e ressaltou a presença dos dirigentes da SDR na abertura do evento: “Essa representação da SDR traz a fotografia do que foi a construção desse encontro, além dos outros parceiros. Estamos aqui num encontro de expectativas, de experiências, ansiedades, vontades e esperanças, onde possamos, em um cenário complicado nacionalmente, fazer um excelente debate sobre o que estamos construindo para a ATER na Bahia”. 

A programação do evento, que contou com a participação de Naidson Baptista, da Articulação do Semiárido (ASA), com uma reflexão sobre o reencantamento das lidas e lutas pelo desenvolvimento rural sustentável, teve ainda o painel sobre o contexto dos sistemas de ATER: desafios e perspectivas para ampliação e qualificação; a apresentação do panorama de ATER na Bahia, construindo referências; e reflexões sobre os elementos constitutivos do Sistema Estadual de ATER, entre outros.

“A ATER é indispensável e muito importante, já que o Governo Federal não tem prestado esse serviço na região para as famílias de agricultores, incluindo indígenas, quilombolas, pescadores, que dependem da assessoria técnica prestada pelo Governo da Bahia, por meio da Bahiater/SDR. Sem essa assistência o público atendido não teria como aumentar a produtividade, comercializar seus produtos, e ter acesso a tecnologias sociais de grande importância para a convivência com o Semiárido”, afirmou Edvalda Aroucha, fundadora e coordenadora pedagógica da Agendha, organização que presta serviço de ATER no Território de Identidade Itaparica, a 720 famílias, pela Bahiater, e mais de 500 famílias pelo Bahia Produtiva, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR).

Zeno Tupinambá, da Aldeia Tupinambá Serra do Padeiro, município de Buerarema, Território de Identidade Litoral Sul, ressaltou que com a ATER conseguiram ter um aproveitamento de mais de 90% da produção que antes se perdia: “A ATER vem dando uma força muito grande em nossas culturas, do cacau, abacaxi, banana e mandioca, que é o nosso carro forte. O abacaxi a gente perdia muito, mas com as novas mudas, mais resistentes às pragas e doenças, a gente vem se dando muito bem, aproveitando 90% da produção. Então, a assistência é 100% perfeita pra gente, ajudando muito na questão da nossa economia familiar".

A técnica em Agropecuária, Hévila Lopes, que atua na prestação do serviço de ATER em seis comunidades quilombolas do Território Piemonte Norte do Itapicuru, explica que a ATER conta com o suporte de uma equipe de técnicos e acontece a partir das demandas das comunidades atendidas, desde questões de reconhecimento identitário, regularização de documentação aos sistemas produtivos dessas comunidades: “Apesar do pouco tempo de trabalho, de nove meses, já conseguimos ajudar no autorreconhecimento dessas comunidades, regularização de documentos e de terras, inseriu agricultores no Garantia-Safra e emitiu Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP), e como choveu um pouco esse ano estamos com a produção deles”.

Participaram da abertura do evento as secretárias estaduais de Promoção da Igualdade (Sepromi), Fábya Reis, de Políticas para Mulheres (SPM), Julieta Palmeira, o diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, o superintendente da Agricultura Familiar (Suaf), Marcelo Matos, o coordenador executivo de Pesquisa, Inovação e Extensão Tecnológica (Cepex), José Tosato, a coordenadora executiva de Desenvolvimento Agrário (CDA), Renata Rossi, o superintendente de Políticas Territoriais e Reforma Agrária (Sutrag), Jovenildo e o prefeito de Santo Estevão, Rogério Costa.

A abertura do encontro contou também com presenças da coordenadora da Rede Nordeste de ATER, Cristina Nascimento, o representante da Coordenação de Articulação de Agroecologia, Carlos Eduardo Leite, o coordenador da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Rosival Leite, o representante da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado da Bahia (Fetag-BA), João da Cruz, além de representantes da Casa Civil, o presidente do Instituto Biofábrica, Lanns Almeida e o coordenador Estadual dos Territórios (CET), Valmir Souza.

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